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2 de abr. de 2013

Aula 8 - A Sociologia de Max Weber





Maximilian Karl Emil Weber foi um intelectual alemão, jurista, economista e considerado um dos fundadores da Sociologia. 

Seus estudos mais importantes estão nas áreas da sociologia da religião, sociologia política, administração pública (governo) e economia.

Principais realizações
Estudos nos campos da economia, sociologia política, religião e administração pública.
- Consultor aos negociadores da Alemanha no Tratado de Versalhes.
- Consultor da comissão que redigiu a Constituição de Weimar.

As Principais obras de Weber foram:
A Ética Protestante e o espírito do capitalismo (1903)
- Estudos sobre a Sociologia e a Religião (1921)
- Estudos de Metodologia (1922)
- Política como vocação

A Sociologia de Weber 

Weber vê como objetivo primeiro da sociologia o entendimento das relações da ação humana. Compreende-se que um fenômeno social passaria a ser compreendido apenas quando um fato carregado de sentido apontasse para outros fatos significativos. 
Conforme anteriormente foi visto em Durkheim, a ordem social era submetida aos indivíduos como forças exteriores à eles (uma força coercitiva). Para Max Weber, no entanto, não existe oposição entre indivíduo e sociedade. As normas sociais tornam-se concretas quando são manifestadas em cada indivíduo sob a forma de motivação.

A sociedade e os sistemas sociais não são superiores aos indivíduos. As regras e as normas seriam o produto de um conjunto de ações individuais nas quais os agentes poderiam escolher as formas de conduta.

Assim, a ação dos indivíduos seria o ponto de partida da sociologia de Weber. Não intencionava com isso negar o papel do Estado, das religiões, do empresariado ou das sociedades anônimas, porém visava ressaltar a necessidade de se compreender as intenções e motivações dos indivíduos, atuantes e participantes nessas situações sociais.  

Weber e a burocracia 

Weber foi um dos primeiros a mencionar a importância da burocracia, como uma forma  de organização social ligada a um determinado tipo de poder institucionalizado pela tradição ou através de leis.

A burocracia seria então uma hierarquia de indivíduos com cargos remunerados e claramente definidos, por pessoas livres, categorizadas e selecionadas à partir de suas especialidades e com possibilidades de ascensão profissional. 

Weber e Ação social
Weber se preocupava com a ação social, enquanto uma ação com sentido - a conduta humana dotada de sentido. O ser humano com significado e especificidade.Esse mesmo indivíduo, cônscio desses valores, é o que dá sentido à sua ação social, conectando  o motivo da ação, a própria ação e seus efeitos.

AÇÃO - Conduta humana com SENTIDO SUBJETIVO - Razão, pensamento e reflexão da CULTURA E VALORES DO INDIVÍDUO, determinantes de sua CONDUTA

Max Weber diferenciou alguns tipos de ações sociais:
  • Ações racionais: ações tomadas com base nos valores do indivíduo, mas sem pensar nas consequências e muitas vezes sem considerar se os meios escolhidos são apropriados para atingi-lo.
  • Ações instrumentais (também conhecidas como ação por fins, do alemão zweckrational)): ações planejadas e tomadas após avaliado o fim em relação a outros fins, e após a consideração de vários meios (e consequências) para atingi-los. Um exemplo seria a maioria das transações econômicas.
  • Ações afetivas: ações tomadas devido às emoções do indivíduo, para expressar sentimentos pessoais. Como exemplos, comemorar após a vitória, chorar em um funeral, seriam ações emocionais.
  • Ações tradicionais : ações baseadas na tradição enraizada. Um exemplo seria relaxar nos domingos e colocar roupas mais leves. Algumas ações tradicionais podem se tornar um artefato cultural.
Na hierarquia sociológica, a ação social é mais avançada que o comportamento, ação e comportamento social, e é em sequência seguida por contatos sociais mais avançados, interação social e relação social.

Weber e a educação

Para entender Max Weber, deve-se entender o contexto histórico de sua vida, as viagens e estudos que fez. Quando viajou pelos EUA, suas impressões sobre a burocracia numa democracia foi assunto de muitos de seus estudos.
Weber não escreveu sobre educação. Entretanto podemos deduzir através de seus escritos grandes contribuições acerca do papel da educação no mundo capitalista.

Para Weber, haveria três tipos de dominação que teriam relação com os três tipos de educação diferentes:

1- Dominação Racional-legal - cumprimento das leis e das regras. A burocracia, impessoalidade nas relações e disciplina. A crescente especialização/racionalização dos quadros e meios administrativos;

2- Dominação Tradicional - crença no poder absoluto de um chefe. A autoridade pertence não à aquele escolhido pelos habitantes de sua sociedade, mas por um homem que é chamado assumir o poder por causa de uma tradição, costume (monarquia, reis). Dominação patriarcal. Composição de quadros administrativos dada de forma não especializada; hierarquia sem racionalidade, uma vez que a escolha está ligada ao pretendente e ao chefe. 

3- Dominação Carismática - Crença cega num único líder, de poderes "sobrenaturais", líder carismático. Unicamente emocional, sem o discernimento da razão, sujeita a regras decretadas (impostas) e tradicionais. Carisma e vocação pessoais, não é contato o valor profissional ou a especificidade. 

Weber então observa que a educação carismática e tradicional eram comuns nas sociedades pré-capitalistas e a burocrática, especializada, de treinamento seria própria da sociedade capitalista, seu real interesse. Weber concebia que a educação é a forma como os indivíduos se preparam para lidar com as transformações causadas pelo processo de racionalização da vida, tal processo modificou todos os modos de educar, os sentidos atribuídos à educação, o reconhecimento e o acesso ao status e bens materiais para aqueles que tenham acesso a educação sistemática.

Assim para cada uma das dominações, um tipo de educação era observado:

1- Dominação Racional- Legal - Nessa sociedade a educação visava treinar e transmitir conhecimentos especializados com finalidades práticas úteis à administração do estado e às empresas capitalistas; domínio da língua  escrita e falada, aprendizagem; centrado nos títulos; mecanismo de ascensão social - treinamento especializado; educação parcial; especializada, reducionista (algo como o ensino tecnicista)

2- Dominação Tradicional - Nessas sociedades o ideal era educar um homem culto, erudito - o ideal de cultura dependia da classe social a qual ele estivesse sendo preparado. Weber a nomeou como "Educação para o cultivo", preparar o aluno para uma "nova conduta de vida". ( o ensino tradicional; clássico)

3- Dominação Carismática -  nessas sociedades dominadas pelo carisma, a função da educação era a de despertar o carisma, exaltar as capacidades heroicas ou dons sobrenaturais, voltada justamente para heróis ou feiticeiros. ( a educação escolástica) 

Weber se coloca de forma pessimista em relação à esses rumos que o capitalismo moderno e o processo de racionalização da vida estavam ditando em termos educacionais, pois o homem estaria deixando de se desenvolver integralmente em nome de uma preparação que visava dinheiro, status e poder. 


Semíramis F. Alencar Moreira 
Tutora a distância - Licenciatura em Pedagogia 
Universidade Federal de Lavras - MG



2 de jun. de 2011

Aula 8 - Educação e Mudança Social

Aula 8 - Educação e Mudança Social 

A mudança é inevitável. Ela está intimamente ligada a história e não há como se desvencilhar dela. Há os que tentam retê-la, coibir ou retroceder os parâmetros comportamentais, mas a história avança. Haverá períodos de mudanças lentos ou mais rápidos, mudanças mais ou menos bruscas, grupos fechados ou abertos, abertos ou não à essas mudanças, porém no final, mesmo que não haja uma ruptura com padrões, normas e pressupostos, ela avança progressivamente, conservando na situação atual resquícios das situações anteriores.

Assim, em plena era capitalista ainda conservamos elementos medievais, relações feudais: a organização em salas, em fileiras de carteiras, o professor que só ensina e o aluno que só aprende... etc.
A educação escolar pode atuar historicamente promovendo ações de mudanças internas e externas da escola como pode se voltar contra a História, transformando-se em eficaz instrumento de conservação da situação vigente. Dessa forma a história avançará mesmo sem a escola e esta caminhará à reboque da história.
O que se observa é que na mesma escola coexistem parelhados aos motivos sociais, processos de controle social e processos de mudança social, prevalecendo ora uns, ora outros.
Entre os processos que contribuem para a mudança social e que podem ser vivenciados na escola, encontramos a descoberta, a invenção, a visão de conjunto, a espontaneidade, a liberdade e a participação.


1. A descoberta

É o aprofundamento em algum conhecimento que já existe. Na escola, os alunos entram em contato com conhecimentos já existentes, patrimônio cultural da humanidade e que até então era ignorado por eles. Por essa mesma razão esses conhecimentos podem consistir em verdadeiras descobertas para esses educandos se trabalhados de forma investigativa, prática, de forma que percorram os caminhos dos descobridores, do cientista, etc. A redescoberta desses conhecimentos possibilitam uma compreensão aprofundada desses processos – uma ida ao observatório, num microscópio, através de instrumentos de aferição do clima, das distâncias, das direções, num laboratório manipulando elementos, enfim tornando a aquisição do conhecimento em algo palpável e real, pelo menos próximo da realidade.


A redescoberta da realidade

A redescoberta pode abranger tanto o estudo das coisas quanto o dos grupos e pessoas. Encontramos certa facilidade ao lidarmos com as disciplinas ciências e geografia. É de grande importância o contato do aluno com minerais, vegetais e que vivenciem situações em locais onde poderão completar seu raciocínio e não apenas através de ilustrações ou descrições. O ideal seria promover nas escolas hortas, pomares, viveiros, jardins ou aquários para que vivenciassem a aprendizagem ao vivo. O aluno descobrirá observando, vendo, tocando, plantando, acompanhando o crescimento e o ciclo de cada atividade e não apenas lendo e decorando. Esse procedimento de redescoberta deveria nortear o trabalho de cada professor da educação infantil e da primeira fase do ensino fundamental, quando a criança, segundo Piaget, encontra-se na fase das operações concretas. Assim, prima-se pelo diálogo, pelo respeito às novas idéias, pelo debate em nome de se alcançar novas respostas e partilhar saberes, de forma a conhecer e compreender os pontos de vista do outro – educados para redescobrir e transformar a sociedade em que vivem, estarão preparados para participar da construção de uma sociedade mais justa.


2- A invenção

É o resultado da combinação entre os conhecimentos já existentes com o objetivo de se obter um novo produto.
A maior parte das invenções ocorre fora do cotidiano escolar, entretanto a escola pode e deve contribuir para incentivar a criatividade e estimular a inventividade do aluno, contribuindo significativamente para o processo de mudança social.


Como incentivar o aluno a desenvolver a inventividade:

· Propor exercícios em que os alunos devem mencionar o maior número possível de usos para um mesmo objeto (tijolo, cimento, caneta, papel, lápis) em determinado tempo (2 minutos)
· Escrever o maior número possível de objetos de uma determinada cor, com tempo determinado.
· Incentivar brincadeiras como adedanha, nas quais são possíveis relacionar numa lista de objetos, características humanas, cores, frutas, veículos, etc com a mesma letra escolhida.
· Descrever objetos depois de observados por algum tempo (descrição de plantas, frutas, pinturas, paisagens, imagens, etc.)
· Descrever objetos de olhos vendados, os manipulando a fim de sentir a textura, a forma, o peso e a sensação.
· Elaborar planos de sobrevivência em situações extremas e diversas (deserto, selva, ilha deserta, com salário mínimo, etc.) com apenas alguns meios disponíveis.
· Um aluno começar uma história cada aluno dar continuidade até o final.
· Dar título a uma história
· Elaborar modelos de organização social, envolvendo a distribuição das terras, da renda, o trabalho, a alimentação, a saúde, a educação, etc.
· Fazer jogos de montagem – montagem de fotos, painel, quebra cabeças, mosaico, etc.
· Desenvolver o mural da turma com as principais atividades desenvolvidas na sala de aula – varal de idéias – mural de recados – avisos.
· Criar um jornal da classe, um informativo mensal ou bimestral das atividades da turma com pensamentos, novas idéias, dicas de saúde, lazer e estudo.
· Criar nova distribuição dos móveis da sala, carteiras, quadros, mesas, armário, etc.
· Discutir sobre problemas existentes na comunidade, no país e no mundo permitindo que cada aluno expresse sua opinião e ofereça suas soluções.
· Simular situações em que o aluno deva tomar decisões como: presidente, prefeito, policial, médico, advogado, promotor, agricultor, professor, etc.
· Possibilitar aos alunos dar sugestões sobre mudanças nos métodos de trabalho na sala de aula, nas avaliações, no estudo das matérias, etc.
· Realizar visitas em bairros distantes e comunidades rurais do município a fim de conhecer diferentes realidades e formar visões de conjunto mais abrangentes.

Quanto menos repetitivas e mais inventivas as atividades escolares, tanto mais a educação estará contribuindo para formar pessoas dispostas a colaborar para a mudança social, para superação de situações injustas.


3-Visão de Conjunto

Escola e comunidade não devem ser vistas isoladamente, mas interagindo e atuando em conjunto para a formação de novas gerações.
A escola será tanto ou mais eficiente quanto mais ela estiver aberta as condições do país e do mundo em que vivemos.
O interesse pelos problemas sociais atuais que afligem a humanidade não poderá deixar de existir dentro da escola,
na medida em que esta pretender formar pessoas para atuarem de forma construtiva na solução desses problemas.
A escola também pode contribuir para a superação da segregação entre as pessoas, para a compreensão da pessoa, qualquer que seja, como princípio e fim das atividades humanas, solidariedade por melhores condições de vida. Á escola cabe também o importante papel na superação das posições dogmáticas, de quem se julga dono da verdade.
A visão de conjunto permite compreender que o mesmo fato pode ser visto sob vários pontos de vista, de diversas perspectivas, todas possíveis e viáveis. O aluno deverá ser estimulado a desenvolver a compreensão e a tolerância em relação a posições e pontos de vista alheios.
Quando um professor quando vai trabalhar numa comunidade que não é a sua, surge a necessidade de que ele compreenda a realidade diferente dos alunos.
O professor pode e deve trazer o conhecimento de outras realidades aos alunos, como um intercâmbio cultural, a fim de formar pessoas abertas e tolerantes com uma visão de conjunto integrada, útil ao domínio e à utilização do conhecimento.

4- Espontaneidade – O comportamento em sala quando é controlado e rígido num sistema de recompensa e punição, inibe o comportamento espontâneo, gratuito e que abre campo para a criatividade mais segura.

5- Liberdade – A liberdade não se ensina como matéria escolar, se aprende como consciência e na prática diária. A liberdade desenvolve um clima de respeito entre os pontos de vista e sentimento de livre expressão para aprender, escrever e criar.

6- Participação – O aluno deve ser estimulado a participar das aulas, do que ocorre em sala e fora dela, permitindo o aluno contribuir na escolha de assuntos e métodos de trabalho.

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