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11 de jul. de 2016

Drops Pedagogia - O Método Paulo Freire de Alfabetização




O MÉTODO PAULO FREIRE


Não é possível se falar da compreensão de educação de Paulo Freire sem nos referirmos e nos determos numa parte intrínseca dela: o seu “Método de Alfabetização”. Esse vai além da simples alfabetização. Propõe e estimula a inserção do adulto iletrado no seu contexto social e político, na sua realidade, promovendo o despertar para a cidadania plena e transformação social. 

É a leitura da palavra, proporcionando a leitura do mundo. Suas idéias nasceram no contexto do Nordeste brasileiro a partir da década de 1950, onde metade dos seus 30 milhões de habitantes eram analfabetos, com predomínio do colonialismo e todas as vivências impostas por uma realidade de opressão, imposição, limitações e muitas necessidades.
Freire aplicou, pela primeira vez, publicamente, o seu método no “Centro de Cultura Dona Olegarinha”, um Círculo de Cultura do Movimento de Cultura Popular do Recife (MCP) para discussão dos problemas cotidianos na comunidade de “Poço da Panela”.
Dos 5 alunos, três aprenderam a ler e escrever em 30 horas, outros 2 abandonaram o “curso”.
O método de alfabetização de Paulo Freire é resultado de muitos anos de trabalho e reflexões de Freire no campo da educação, sobretudo na de adultos em regiões proletárias e subproletárias, urbanas e rurais, de Pernambuco. No processo de aprendizado, o alfabetizando ou a alfabetizanda é estimulado(a) a articular sílabas, formando palavras, extraídas da sua realidade, do seu cotidiano e das suas vivências. Nesse sentido, vai além das normas metodológicas e lingüísticas, na medida em que propõe aos homens e mulheres alfabetizandos que se apropriem da escrita e da palavra para se politizarem, tendo uma visão de totalidade da linguagem e do mundo. O método Paulo Freire estimula a alfabetização/educação dos adultos mediante a discussão de suas experiências de vida entre si, os participantes da mesma experiência, através de tema/palavras gerador(as) da realidade dos alunos, que é decodificada para a aquisição da palavra escrita e da compreensão do mundo. As experiências acontecem nos Círculos de Cultura.



“Estudar não é um ato de consumir idéias, mas de criá-las e recriá-las.”
FREIRE P.. (1982) Ação cultural para a liberdade e outros escritos. Rio de Janeiro: Paz e Terra (6ª edição), pp. 09-12.

O “MÉTODO PAULO FREIRE” ESTÁ ESTRUTURADO EM TRÊS ETAPAS:



1) Etapa de Investigação: aluno e professor buscam, no universo vocabular do aluno e da sociedade onde ele vive, as palavras e temas centrais de sua biografia.

2) Etapa de Tematização: aqui eles codificam e decodificam esses temas, buscando o seu significado social, tomando assim consciência do mundo vivido.

3) Etapa de Problematização: aluno e professor buscam superar uma primeira visão mágica por uma visão crítica do mundo, partindo para a transformação do contexto vivido.


Em seu livro Educação como Prática da Liberdade, Freire propõe a execução prática do Método em cinco fases, a saber:



1ª fase: Levantamento do universo vocabular dos grupos com quem se trabalhará. Essa fase se constitui num importante momento de pesquisa e conhecimento do grupo, aproximando educador e educando numa relação mais informal e portanto mais carregada de sentimentos e emoções. É igualmente importante a anotação das palavras da linguagem dos componentes do grupo, dos seus falares típicos.
2ª fase: Escolha das palavras selecionadas do universo vocabular pesquisado. Esta escolha deverá ser feita sob os critérios: a) da sua riqueza fonética; b) das dificuldades fonéticas, numa seqüência gradativa das menores para as maiores dificuldades; c) do teor pragmático da palavra, ou seja, na pluralidade de engajamento da palavra numa dada realidade social, cultural, política etc.

3ª fase: Criação de situações existenciais típicas do grupo com quem se vai trabalhar. São situações desafiadoras, codificadas e carregadas dos elementos que serão decodificados pelo grupo com a mediação do educador. São situações locais que, discutidas, abrem perspectivas para a análise de problemas locais, regionais e nacionais.

4ª fase: Elaboração de fichas-roteiro que auxiliem os coordenadores de debate no seu trabalho. São fichas que deverão servir como subsídios, mas sem uma prescrição rígida a seguir.

5ª fase: Elaboração de fichas para a decomposição das famílias fonéticascorrespondentes aos vocábulos geradores. Esse material poderá ser confeccionado na forma de slides, stripp-filmes (fotograma) ou cartazes.


“É mais do que um método que alfabetiza, é uma ampla e profunda compreensão da educação que tem como cerne de suas preocupações a natureza política.”

(A Voz da Esposa - A Trajetória de Paulo Freire)

http://www.projetomemoria.art.br/PauloFreire/pensamento/01_pensamento_o%20metodo_paulo_freire.html

20 de mai. de 2013

20 de maio - Dia do Pedagogo


Em 2003 escolhi uma carreira para seguir. Não era bem o que eu queria na época, mas descobri enamorada dessa profissão fantástica, trabalho a trabalho, ano após ano.
Ser pedagogo é conduzir o saber, mais do que criar métodos de ensino-aprendizagem, elaborar grades curriculares, planos de ensino e de curso, o pedagogo é responsável por criar sistemas que possam orientar saberes, desenvolvendo estratégias educativo-pedagógicas.
Ser pedagogo é saber acolher, respeitando as diversidades dentro e fora do ambiente educativo; saber elaborar avaliações desafiadoras do conhecimento e situações de aprendizagem condizentes ao processo de crescimento cognitivo do indivíduo, sem jamais oprimir ou coibir injustamente seus educandos.
Ser pedagogo também é administrar ambientes escolares, mas sua missão fundamental é tornar a escola mais humana, mais envolvida com os problemas da sociedade. O pedagogo é aquele profissional responsável pela humanização da educação, base de toda a sociedade.
Obrigada Deus, pelo dom de educar!
Semíramis.

18 de set. de 2012

19/09 - Lembremos de Paulo Freire, o Patrono da Educação

Paulo Reglus Neves Freire (Recife, 19 de setembro de 1921  São Paulo, 2 de maio de1997) foi um educador e filósofo brasileiro. É Patrono da Educação Brasileira.
Paulo Freire é considerado um dos pensadores mais notáveis na história da Pedagogiamundial,[1] tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. A sua prática didática fundamentava-se na crença de que o educando assimilaria o objeto de estudo fazendo uso de uma prática dialética com a realidade, em contraposição à por ele denominada educação bancária, tecnicista e alienante: o educando criaria sua própria educação, fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído; libertando-se de chavões alienantes, o educando seguiria e criaria o rumo do seu aprendizado.
Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência política. Autor de Pedagogia do Oprimido, um método de alfabetização dialético, se diferenciou do "vanguardismo" dos intelectuais de esquerda tradicionais e sempre defendeu o diálogo com as pessoas simples, não só como método, mas como um modo de ser realmente democrático.
Em 13 de abril de 2012, foi sancionada a lei 12.612 que declara o educador Paulo Freire Patrono da Educação Brasileira.[2]
Foi o brasileiro mais homenageado da história: ganhou 41 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford

A Pedagogia da Libertação

Painel Paulo Freire no CEFORTEPE - Centro de Formação, Tecnologia e Pesquisa Educacional da Secretaria Municipal de Educação de Campinas-SP

Paulo Freire delineou uma Pedagogia da Libertação, intimamente relacionada com a visãomarxista do Terceiro Mundo e das consideradas classes oprimidas na tentativa de elucidá-las e conscientizá-las politicamente. As suas maiores contribuições foram no campo da educação popular para a alfabetização e a conscientização política de jovens e adultos operários, chegando a influenciar em movimentos como os das Comunidades Eclesiais de Base (CEB).

No entanto, a obra de Paulo Freire não se limita a esses campos, tendo eventualmente alcance mais amplo, pelo menos para a tradição de educação marxista, que incorpora o conceito básico de que não existe educação neutra. Segundo a visão de Freire, todo ato de educação é um ato político.

 

Principais Obras

 

  • 1959: Educação e atualidade brasileira. Recife: Universidade Federal do Recife, 139p. (tese de concurso público para a cadeira de História e Filosofia da Educação de Belas Artes de Pernambuco).
  • 1961: A propósito de uma administração. Recife: Imprensa Universitária, 90p.
  • 1963: Alfabetização e conscientização. Porto Alegre: Editora Emma.
  • 1967: Educação como prática da liberdade. Introdução de Francisco C. Weffort. Rio de Janeiro: Paz e Terra, (19 ed., 1989, 150 p).
  • 1968: Educação e conscientização: extencionismo rural. Cuernavaca (México): CIDOC/Cuaderno 25, 320 p.
  • 1970: Pedagogia do oprimido. New York: Herder & Herder, 1970 (manuscrito em português de 1968). Publicado com Prefácio de Ernani Maria Fiori. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 218 p., (23 ed., 1994, 184 p.).
  • 1971: Extensão ou comunicação?. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1971, 93 p.
  • 1976: Ação cultural para a liberdade e outros escritos. Tradução de Claudia Schilling, Buenos Aires: Tierra Nueva, 1975. Publicado também no Rio de Janeiro, Paz e terra, 149 p. (8. ed., 1987).
  • 1977: Cartas à Guiné-Bissau. Registros de uma experiência em processo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, (4 ed., 1984), 173 p.
  • 1978: Os cristãos e a libertação dos oprimidos. Lisboa: Edições BASE, 49 p.
  • 1979: Consciência e história: a práxis educativa de Paulo Freire (antologia). São Paulo: Loyola.
  • 1979: Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 112 p.
  • 1979: Multinacionais e trabalhadores no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 226 p.
  • 1980: Quatro cartas aos animadores e às animadoras culturais. República de São Tomé e Príncipe: Ministério da Educação e Desportos, São Tomé.
  • 1980: Conscientização: teoria e prática da libertação; uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Moraes, 102 p.
  • 1981: Ideologia e educação: reflexões sobre a não neutralidade da educação. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
  • 1982: A importância do ato de ler (em três artigos que se completam). Prefácio de Antonio Joaquim Severino. São Paulo: Cortez/ Autores Associados. (26. ed., 1991). 96 p. (Coleção polêmica do nosso tempo).
  • 1982: Sobre educação (Diálogos), Vol. 1. Rio de Janeiro: Paz e Terra ( 3 ed., 1984), 132 p. (Educação e comunicação, 9).
  • 1982: Educação popular. Lins (SP): Todos Irmãos. 38 p.
  • 1983: Cultura popular, educação popular.
  • 1985: Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 3ª Edição
  • 1986: Fazer escola conhecendo a vida. Papirus.
  • 1987: Aprendendo com a própria história (com Sérgio Guimarães). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 168 p. (Educação e Comunicação; v.19).
  • 1988: Na escola que fazemos: uma reflexão interdisciplinar em educação popular. Vozes.
  • 1989: Que fazer: teoria e prática em educação popular. Vozes.
  • 1990: Conversando com educadores. Montevideo (Uruguai): Roca Viva.
  • 1990: Alfabetização - Leitura do mundo, leitura da palavra (com Donaldo Macedo). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 272 p.
  • 1991: A educação na cidade. São Paulo: Cortez, 144 p.
  • 1991: A Importância do Ato de Ler - em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez Editora & Autores Associados, 1991. (Coleção Polêmicas do Nosso Tempo, v 4)- 80 p.
  • 1992: Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra (3 ed. 1994), 245 p.
  • 1993: Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho d'água. (6 ed. 1995), 127 p.
  • 1993: Política e educação: ensaios. São Paulo: Cortez, 119 p.
  • 1994: Cartas a Cristina. Prefácio de Adriano S. Nogueira; notas de Ana Maria Araújo Freire. São Paulo: Paz e Terra. 334 p.
  • 1994: Essa escola chamada vida. São Paulo: Ática, 1985; 8ª edição.
  • 1995: À sombra desta mangueira. São Paulo: Olho d'água, 120 p.
  • 1995: Pedagogia: diálogo e conflito. São Paulo: Editora Cortez.
  • 1996: Medo e ousadia. Prefácio de Ana Maria Saul; Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987; 5ª Edição.
  • 1996: Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
  • 2000: Pedagogia da indignação – cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: UNESP, 134 p.
  • 2003: A África ensinando a gente (com Sérgio Guimarães). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 248 p.

 

    26 de abr. de 2012

    Lei declara Paulo Freire patrono da educação brasileira

    Salve, Paulo!!

    Lei declara Paulo Freire patrono da educação brasileira

    Freire é considerado um dos principais pensadores da história da pedagogia

    19 de abril de 2012


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    Freire é considerado um dos principais pensadores da história da pedagogia
    Freire é considerado um dos principais pensadores da história da pedagogia
    Foi publicada no "Diário Oficial da União" da última segunda-feira (16) a lei que declara o educador Paulo Freire patrono da educação brasileira. A lei é assinada pela presidente Dilma Roussefff.
    Considerado um dos principais pensadores da história da pedagogia mundial, Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997) foi educador e filósofo e influenciou o movimento chamado pedagogia crítica. Sua prática didática fundamentava-se na crença de que o estudante assimilaria o objeto de análise fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído.
    Nascido no Recife, Freire ganhou 41 títulos de doutor honoris causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford. Foi preso em 1964, exilou-se depois no Chile e percorreu diversos países, sempre levando seu modelo de alfabetização, antes de retornar ao Brasil em 1979, após a publicação da Lei da Anistia.
    Fonte: Globo.com

    6 de jul. de 2011

    Resumo Crítico de Pedagogia da Autonomia

    Resumo Crítico do livro 'Pedagogia da Autonomia', de Paulo Freire



    Semíramis Alencar


    1. Introdução
    Pedagogia da autonomia do professor Paulo Freire relata propostas de práticas pedagógicas necessárias a educação como forma de proporcionar a autonomia de ser dos educandos respeitando sua cultura, seu conhecimento empírico e sua maneira de entender o mundo que o cerca.
    Paulo Freire ressaltou que a temática abordada neste livro foi uma constante preocupação ao longo de sua vida como educador. Esta obra é um condensado de pensamentos defendidos em seus outros livros, que visam a integração do ser humano e a constante procura de novas técnicas que valorizarão a curiosidade ingênua e crítica, se transformando em epistemológica. Condena a rigorosidade ética a que se curva aos interesses capitalistas e neoliberalistas, que excluem do processo de socialização, os esfarrapados do mundo.
    Como aspecto principal de sua abordagem pedagógica, constata que "formar" é muito mais que treinar o educando no desempenho das tarefas; Chama a atenção dos educadores formados ou em formação à responsabilidade ética, elucidando-os na arte de conduzir seres à reflexão crítica de suas realidades.
    Destaca valores como simplicidade, humanitarismo, esperança e bom senso: aspectos distantes da sociedade atual, onde o capitalismo impera conduzindo as massas ao consumismo desenfreado e a alienação coletiva pelos meios de comunicação. O abandono educacional em que vivem nossas escolas, prende-nas a táticas de ensino ultrapassadas e desconexas.
    Propõe uma humanização do professor enquanto mentor e guia no processo educativo-social, conscientizando os educandos de todas as camadas sociais, sobretudo as de baixa renda, das manipulações políticas que as mantêm sob seu jugo.
    Esta obra se faz imprescindível à condução do corpo discente em prol de uma sociedade mais justa e de valores igualitários; na formação crítica de professores que, além de educar, estarão conscientizando e orientando os futuros cidadãos.
    2. Resumo de Pedagogia da Autonomia
    O interesse geral desta obra é fornecer saberes necessários a prática educativa de professores formados ou em formação, mesmo que alguns destes professores não sejam críticos ou progressistas porque são pontos aprovados pela prática, não considerando posições políticas. Cabe ao professor observar qual prática é apropriada para sua comunidade.
    Os conteúdos devem ser o mais claros e assimiláveis possíveis lembrando-se do primeiro saber: ensinar não é transmitir conhecimento, nem tampouco amoldar o educando num corpo indeciso e acomodado, mas criar as possibilidades para sua produção ou construção. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.
    O educador democrático trabalha com os educandos a rigorosidade metódica com que devem se aproximar dos objetos cognoscíveis. Ensinar não se esgota no tratamento do objeto ou do conteúdo, todavia se alonga à produção de condições em que aprender criticamente é possível, exigindo a presença de educadores e educandos criativos, investigadores e inquietos, rigorosamente curiosos, humildes e persistentes. Nas condições de verdadeira aprendizagem os educandos e educadores vão se transformando em reais sujeitos da construção e reconstrução do saber ensinado.
    Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. E cabe ao professor continuar pesquisando para que seu ensino seja propício ao debate e a novos questionamentos. A pesquisa se faz importante também, pois nela se cria o estímulo e o respeito à capacidade criadora do educando.
    A escola e os professores precisam respeitar os saberes dos educandos e sempre que possível, trabalhar seu conhecimento empírico, sua experiência anterior. Aconselha-se a discussão sobre os problemas sociais que as comunidades carentes enfrentam e a desigualdade que as cercam.
    As novas descobertas, teorias precisam ser debatidas e aceitas mesmo que parcialmente, contudo é importante que se preserve, de alguma forma, o velho, as formas tradicionais de educação. É condenada qualquer forma de discriminação, racial, política, religiosa, de classe social, pois a discriminação nega radicalmente a democracia e fere a dignidade do ser humano. Qualquer discriminação é imoral e lutar contra ela é um dever por mais que se reconheça a força dos condicionamentos a enfrentar.
    Quanto ao reconhecimento da identidade cultural, o respeito é absolutamente fundamental na prática educativa progressista. Um simples gesto do professor representa muito na vida de um aluno. O que pode ser considerado um gesto insignificante pode valer como força formadora para o desenvolvimento intelectual e acadêmico do educando. O professor que pensa certo deixa transparecer aos educandos que a beleza de se estar no mundo é a capacidade de perceber que intervindo no mundo ele conhecerá e transformará o mundo. Portanto, ensinar exige bom senso, uma vez que, deve-se observar o quão coerente coeso os educadores estão sendo ao cobrar os conteúdos das suas disciplina. O exercício ou a educação do bom senso vai superando o que há nele de instintivo na avaliação que fazemos.
    O professor que desrespeita a curiosidade do educando, seu gosto estético, sua linguagem, sua sintaxe e prosódia; o professor que ironiza o aluno, que o minimiza entre outras ofensas em prol da ordem em sala de aula, transgride os princípios fundamentais éticos de nossa existência e esta transgressão jamais poderá ser vista ou entendida como virtude, mas como ruptura com a decência.
    Conseqüentemente a este processo, o educando deve ser educado de forma a lutar pelos direitos dos professores, apoiando sua luta por salários mais justos e respeito por sua profissão. Os órgãos da classe deveriam priorizar o empenho da formação permanente dos quadros do magistério como tarefa altamente política e repensar a prática das greves, inventando uma nova maneira de lutar que seja mais eficaz. A luta dos professores pela dignidade de sua função, não só é democraticamente importante, bem como pode ser interpretada como uma prática ética.
    Quanto às comunidades carentes, a mudança é difícil, mas é possível. Baseando-se neste saber fundamental, é que a ação político-pedagógica será programada, com alegria e esperança, respeito e conscientização. Não obviamente impondo a população expoliada e sofrida que se rebele, que se mobilize ou se organize para se defender. Trata-se de desafiar os grupos populares para que percebam a violência e a profunda injustiça que caracterizam sua situação. Desta forma, a educação se faz presente como forma de intervir no mundo.
    Sendo uma especificidade humana, o ato de educar exige segurança, competência profissional, comprometimento e generosidade. O professor que não leva a sério sua formação, que não estuda, nem se aprimora, não tem força moral para coordenar as atividades de sua classe. Todavia, há professores cientificamente preparados, mas autoritários e arrogantes, ou seja, a incompetência profissional desqualifica a autoridade do professor. A autoridade coerentemente democrática quer de si mesma, quer do educando, para a construção de um clima de real disciplina, jamais minimiza a liberdade. Está convicta de que a disciplina verdadeira não existe na estagnação, mas no alvoroço dos inquietos, na dúvida que os instiga e na esperança que os desperta.
    3. Conclusão
    Pedagogia da autonomia é uma obra que condensa os saberes necessários e indispensáveis à uma prática educativa coerente com os padrões éticos que regem a sociedade. Paulo Freire ao estruturar este livro levou em consideração as próprias experiências como educador em comunidades carentes.
    É uma obra de cunho sociológico, pois aplica as práticas docentes e os métodos didáticos às comunidades de baixa renda. Analisa imparcialmente as questões professor-aluno, conteúdos disciplinares, vivência comunitária e o papel da família no processo pedagógico, posicionando-se de forma coesa, visando o progresso à médio prazo e pelas próprias comunidades.
    Aconselha que os educadores se posicionem criticamente, questionando, orientando e incentivando aos educandos a pensar e reivindicar seus direitos, influindo na sociedade. Todavia sugere que ao assumir este compromisso, o educador o assuma com ética, amor e alegria por ensinar, porque será das crianças que educamos hoje que partirão as mudanças que renovarão a sociedade brasileira.
    É com este paradigma, na visão de Paulo Freire, que o Brasil adentrou o terceiro milênio em busca de sua identidade sócio-cultural. As diretrizes e bases da lei de Darcy Ribeiro são apenas o ideário disciplinar das relações entre docentes e discentes de boa vontade: sem abordar as causas sociais do país, deste grande brasileiro chamado Paulo Freire, o país de todos nós, bem como o de Darcy Ribeiro, retardará, seu alardeado e pouco desenvolvido benefício de ser (ou estarmos), Brasil, um país de mestiços.

    Publicado inicialmente em 
    http://www.orecado.org/2004/02/resumo-critico-do-livro-pedagogia-da-autonomia-de-paulo-freire/ 

    15 de mar. de 2010

    15/03 Dia da Escola

    Hoje é dia 15/03 - Dia da Escola



    Instituição essencial ao conhecimento, por mais falida e desacreditada que possa estar, a escola ainda é o lugar onde o conhecimento do mundo começa, onde damos os primeiros passos de seres sociais, aprendemos normas de conduta, instruções de vida e conhecimento.

    A escola é o lugar de se fazer amigos, de abrir os horizontes da vida, de pensar com as informações do ontem e do hoje os sistemas, produtos e teorias do amanhã.

    Em homenagem ao dia da escola, seguem alguns videos


    O primeiro é um trailer do documentario sobre a função social da escola ou a escola serve pra que? Entrevistamos representantes do poder publico, maies, pais, diretores, professores e a sociedade em geral com a mesma duvida. E para voce a escola serve pra que ? pela www.erdfilmes.com





    O segundo um vídeo que contém imagens e a narração do poema "A escola" de Paulo Freire


    A escola de vidro - de Ruth Rocha

    15 de out. de 2008

    Quem disse que eu não me lembrei que hoje é dia do professor? uma data para se comemorar ou para se esquecer?


    Hoje é dia dos professores... legal, parece que ninguém se lembra do quanto esse profissional foi e é importante para o crescimento do País e do próprio ser enquanto indivíduo.

    Foi, pois cada um de nós teve a mão amiga a guiar-lhes nas primeiras letras e no incentivo, ainda que severo, à persistir no caminho do estudo e finalmente seguir uma profissão. É, pois acredito que o papel do professor vai além das salas de aulas - o professor (pelo menos deveria de ser) o primeiro a formar a opinião das pessoas. Entretanto, não é o que vem acontecendo.

    Estamos vivendo um período no Brasil o qual nós mesmos submetemos nossa cultura e nossa profissão ao descaso e ao desrespeito. Nós mesmos não nos apoiamos, não nos ajudamos, preferimos lecionar uma matéria de qualquer jeito ao invés de planejarmos, dedicadamente novos passos, atendendo às necessidades dos mais variados tipos de alunos.

    A desculpa é que nossos salários são baixos, o que é argumento para não se aperfeiçoar, para não sair do atraso. Entretanto, se são ofertados cursos de capacitação docente ou possibilidades de ampliar o currículo, orgulhosamente dizemos que já cursamos faculdade e que, "de lá prá cá, pouca coisa mudou".

    Será que pouca coisa mudou mesmo? o que dizer das novas metodologias na educação, das tecnologias educacionais e mesmo o que dizer do comportamento de nossa sociedade, de nossas crianças e adolescentes? O que dizer dos novos conceitos de família? O que hoje um professor pode fazer para melhorar a sua qualidade de ensino se ele mesmo não se dedica a si mesmo? não se melhora preso ao estigma medieval da cópia e da repetição, ou seja, copia dos outros professores e repassa aos alunos? Seria esse o papel do professor?

    E a sociedade? qual o valor que ela dá ao profissional de educação? recentemente, numa matéria da Revista Veja, vi o retrocesso que alguns jornalistas propõem ao compararem a teoria de Paulo Freire à um romantismo exacerbado, o qual, na visão desses, seria impossível pensar numa proposta educacional. O que dizer então, de alguns jornalistas que pregam em seus blogs o retorno a uma educação tradicional, com direito a castigos e austeridade pelo professor? teríamos mesmo motivos para comemorar ou para esquecer?

    Que os jornalistas entre outros profissionais que falam sobre educação me desculpem, porém não consigo conceber um profissional que queira falar de educação sem ter a mínima noção do cotidiano das escolas e que nunca tenha lecionado nenhum ano, pois tal em como qualquer carreira, na teoria é tudo muito fácil, na prática nem tanto...

    Constantemente os professores são taxados de incompetentes. Certa vez, num bate papo informal, me perguntaram a minha profissão e eu respondi - professora e pedagoga - um dos convidados, um engenheiro se não me engano, me mandou: viu? não quis estudar!!! perguntei para ele como ele chegou até o ensino superior e se ele é quem lecionava aos seus dois filhos... ele ficou sem ter o que responder. Acredito que este seja o novo estigma de nossa sociedade, ofender à aqueles que não têm a menor condição de se defender.

    Um professor que hoje ganhe R$830,00, aproximadamente, precisa se deslocar em duas escolas, atendendo no mínimo à 7 turmas dos 7 anos da Educação Básica, em média com 30 alunos em cada turma, onde ele precisa preparar conteúdos, corrigir e elaborar provas, testes e trabalhos e estar atento à reuniões e incompreensões de Pais e membros da diretoria das escolas... isso sem contar quando o colégio é particular, o atrso no pagamento, as feiras de ciências, de cultura, de artes, semana disso, daquilo e daquilo outro... Um profissional de qualquer àrea deveria de ler pelo menos 10 livros de didática e teoria educacional para ter algum respaldo pedagógico antes de se propôr a escrever ou falar sobre educação. A educação é feita no dia a dia das escolas, das famílias e da sociedade para o dia a dia das mesmas.

    Portanto, hoje é dia do professor até a meia noite. Se você ao ler este post lembrou-se daquele sujeito de olhar cansado, mãos bonitas, mas àsperas, voz eloqüente e pensamento objetivo, deseje-o um Feliz Dia do Professor , pois afinal de contas, ser professor é preparar o futuro de quem um dia será igual à mim ou igual à você!!

    Abraços Fraternos

    Semíramis Alencar

    ACOMPANHAR

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